This project is a performance-ritual on the Portuguese coast that aims to provide illustrative and embodied material about the role of oceanic interfaces as sites for recovering memories that have been forgotten or lost. The investigation asks:
Can memories be preserved across species?
How can a human body be situated such that it is invited to remember amphibianness, or remember extinct creatures that inhabited the intertidal zones, or other distantly related forms of life?
Can memories be preserved, in the body, across generations, even in the case of a nonexistent archival record?
Can bodies find ways of experiencing the intertidal zone that remind them of something they didn’t know they had forgotten? How can objects on the sites, fishs skins, seaweed, participate in this?
What does a human body need to “shed” in order to access ancient memories that span temporal scales far beyond a human lifetime, to feel “at home” in a perpetual state of flux?
Whether in a slow walk, a crawl, a stand, or something else, what needs to be forgotten/remembered in order to haptically understand the intertidal zone as gradual shifts on a scale of tens of thousands of years?
Following 5 days of a residency, two gatherings took place in the first weekend of October 2023, in Salir do Porto and in Nazaré – two sites carefully selected given their geomorphological as well as aesthetic properties. Nazaré – an interface between land as we see it and land underwater in the form of a large underwater canyon – is home to some of the world’s largest waves, largest sand particles, and various fossils. Salir do Porto is a meeting of numerous interfaces: salt water and fresh river water, mud of four varieties and a sand dune, beach and marsh. Understanding sand grain size as a memory agent of wave activity, and spacial distribution as a memory trace of the coast’s geomorphological evolution, we inhabit these sites in a durational performance-ritual, from high to low tide, and listen, learn, sense, remember.
Stay tuned for a collaborative concept paper on the subject of oceanic interfaces as affordances for recovering lost memories.
Descrição do projeto em português:
Fazer, desfazer e recuperar memorias esquecidas nas Interfaces oceânicas: performance-ritual na costa portuguesa
Este projeto é uma performance-ritual na costa portuguesa que visa fornecer material ilustrativo e corporificado sobre o papel das interfaces oceânicas como locais de recuperação de memórias esquecidas ou perdidas. A investigação pergunta:
As memórias podem ser preservadas entre as espécies?
Como pode um corpo humano ser situado de tal forma que seja convidado a lembrar-se da condição de anfíbio, ou a lembrar-se de criaturas extintas que habitavam as zonas entremarés, ou de outras formas de vida distantemente relacionadas?
As memórias podem ser preservadas, no corpo, através de gerações, mesmo no caso de não haver registo arquivo?
Os corpos podem encontrar maneiras de vivenciar a zona entremarés que os lembrem de algo que não sabiam que haviam esquecido? Como podem os objetos dos locais, peles de peixes, algas, participar disso?
O que um corpo humano precisa “deixar” para aceder a memórias antigas que abrangem escalas temporais muito além da vida humana, para se sentir “em casa” quando num estado de fluxo perpétuo?
Seja numa caminhada lenta, num rastejar, numa posição de pé ou em qualquer outra coisa, o que precisa de ser esquecido/lembrado para compreender hapticamente a zona entremarés como mudanças graduais numa escala de dezenas de milhares de anos?
Após 5 dias de residência, as experiências teraõ lugar no primeiro fim de semana de outubro de 2023, na Nazaré e em Salir do Porto – dois locais cuidadosamente selecionados pelas suas propriedades geomorfológicas e estéticas. A Nazaré – uma interface entre a terra como a vemos e a terra subaquática na forma de um grande desfiladeiro subaquático – é o lar de algumas das maiores ondas do mundo, das maiores partículas de areia e de vários fósseis. Salir do Porto é um encontro de inúmeras interfaces: água salgada e água doce de rio, lama de quatro variedades e uma duna, praia e foz do rio. Tendo o tamanho dos grãos de areia como um agente de memória da atividade das ondas, e a distribuição espacial como um traço de memória da evolução geomorfológica da costa, habitamos estes locais num ritual-performance, da maré alta à maré baixa, onde ouvimos, aprendemos, sentimos e recordamos.
Sábado, 7 de outubro: Salir do Porto, 15h-22h Domingo, 8 de outubro: Praia Norte da Nazaré, 14h-20h
Ambas as experiências acontecem na praia e são abertas à participação.
Fique atento ao documentário que acompanhará este projeto, bem como a um artigo conceitual colaborativo sobre o tema das interfaces oceânicas como recursos para recuperar memórias perdidas.